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Zé Ramalho

 

Imagem: GMM's

Biografia e Carreira
José Ramalho Neto, mais conhecido como Zé Ramalho, nasceu em 3 de outubro de 1949, em Brejo do Cruz, no sertão da Paraíba. Filho de Estelita Torres Ramalho, professora primária, e Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, seresteiro, ficou órfão de pai aos dois anos e foi criado pelos avós paternos, José Alves Ramalho e Soledade Alves Ramalho.

Ainda criança, mudou-se com sua família para João Pessoa, capital da Paraíba, onde cresceu, estudou, e teve contato amplo com a cultura local, a música tradicional nordestina, além de influências de música popular, rock, etc.
 
Início artístico
  • Nos anos 60 e começo dos anos 70, Zé Ramalho participou de grupos de baile (“conjuntos de baile”) influenciados pela Jovem Guarda (movimento brasileiro) e pelo rock internacional.
  • Em 1974, sua carreira como compositor começou a se destacar quando teve uma música para a trilha sonora do filme Nordeste: Cordel, Repente e Canção, da cineasta Tânia Quaresma.
  • Também em meados dos anos 70 gravou seu primeiro trabalho colaborativo importante: Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol, com Lula Côrtes. Esse álbum mistura elementos da música nordestina, psicodelia, rock progressivo, influências de literatura de cordel etc. A tiragem foi pequena, e muitos exemplares foram perdidos por enchente.

Ascensão e consagração (final dos anos 70 e anos 80)
  • Em 1976 mudou-se para o Rio de Janeiro, buscando expandir sua carreira.
  • Seu álbum solo de estreia saiu em 1978: Zé Ramalho, com músicas marcantes como Avôhai, Chão de Giz, Vila do Sossego e Bicho de Sete Cabeças.
  • Em 1979 lançou A Peleja do Diabo com o Dono do Céu, que trouxe o clássico Admirável Gado Novo. Esse álbum ajudou a consolidar seu estilo — mistura de cultura nordestina, temas metafóricos, arranjos complexos, influências do rock e psicodelia.
  • Na década de 80 continuou lançando álbuns com bastante regularidade: A Terceira Lâmina (1981), Força Verde (1982), Orquídea Negra (1983), Por Aquelas Que Foram Bem Amadas ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Rock (1984), De Gosto de Água e de Amigos (1985), Opus Visionário (1986), Décimas de um Cantador (1987).
  • Algumas músicas suas foram integradas em trilhas sonoras de novelas e ganharam ainda mais popularidade, por exemplo Mistérios da Meia-Noite em Roque Santeiro.

Anos 90 e início dos anos 2000
  • Nos anos 90, após um período menos presente em termos de hits massivos, Zé Ramalho voltou com força com Brasil Nordeste (1991), Frevoador (1992), etc.
  • Em 1996 lança Cidades e Lendas. Em 1997, para celebrar os 20 anos de carreira, lançou Antologia Acústica, que teve ótima repercussão, vendendo muito bem.
  • Em 1998 saiu Eu Sou Todos Nós. Em 2000, Nação Nordestina, trabalho que revisita e valoriza fortemente raízes nordestinas tanto em letra como em arranjos.
  • Nos primeiros anos dos anos 2000, ele produziu vários discos de homenagem (“Canta Raul Seixas”, “Canta Bob Dylan”, “Canta Luiz Gonzaga”, “Canta Jackson do Pandeiro”, “Canta Beatles”), mostrando seu amplo leque de influências e sua capacidade de reinterpretar estilos.

Anos mais recentes
  • Em 2012 lançou Sinais dos Tempos, primeiro álbum de inéditas em bastante tempo. Este álbum também marca o estabelecimento de sua gravadora própria, Avôhai Music.
  • Depois disso, em 2017, lançou Atlântida. Em 2022 retornou com Ateu Psicodélico, seu primeiro álbum de inéditas após uma longa pausa de mais de dez anos em lançamentos desse tipo.
  • Ele continua fazendo shows, turnês com repertório de seus sucessos, revisitando velhas músicas em diferentes arranjos, mantendo relevância e presença no cenário musical.

Discografia Organizada
Abaixo está uma lista de discos de estúdio (álbuns com músicas inéditas ou projetos principais) de Zé Ramalho, com ano de lançamento. Note que há também álbuns ao vivo, coletâneas, discos de covers/tributos, participações etc., mas esta lista foca principalmente nos “álbuns de estúdio / projetos principais”.


ÁlbumAno de lançamento
1Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol (com Lula Côrtes)1975 
2Zé Ramalho1978 
3A Peleja do Diabo com o Dono do Céu1979 
4A Terceira Lâmina1981 
5Força Verde1982 
6Orquídea Negra1983 
7Por Aquelas Que Foram Bem Amadas (ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Rock)1984 
8De Gosto de Água e de Amigos1985 
9Opus Visionário1986 
10Décimas de um Cantador1987 
11Brasil Nordeste1991 
12Frevoador1992 
13Cidades e Lendas1996 
14Antologia Acústica1997 
15Eu Sou Todos Nós1998 
16Nação Nordestina2000 
17Zé Ramalho Canta Raul Seixas2001 
18O Gosto da Criação2002 
19Estação Brasil2003 
20Parceria dos Viajantes2007 
21Zé Ramalho Canta Bob Dylan – Tá Tudo Mudando2008
22Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga2009 
23Zé Ramalho Canta Jackson do Pandeiro2010    
24Zé Ramalho Canta Beatles2011 
25Sinais dos Tempos2012 
26Atlântida2017 
27Ateu Psicodélico2022 

Além desses, há álbuns ao vivo, coletâneas, box sets, DVDs, participações etc., que complementam sua obra. 



Curiosidades e Peculiaridades
Aqui vão uma lista de curiosidades e traços marcantes da vida e obra de Zé Ramalho:
  1. Origem sertaneja / nordestina forte: suas raízes no sertão da Paraíba e os elementos culturais do Nordeste (literatura de cordel, violeiros, sanfona etc.) aparecem desde cedo em sua música, tanto nas letras quanto nos arranjos.
  2. Influência do rock, psicodelia e cultura internacional: além do Nordeste, ele foi influenciado por rock dos anos 60/70, bandas internacionais, psicodelia, o folk, Bob Dylan, Beatles etc. Essa fusão dá sua marca de originalidade.
  3. “Paêbirú” como obra cult / rara: o álbum Paêbirú (1975 com Lula Côrtes) é considerado uma obra cult da música brasileira por sua experimentação e porque a maioria das cópias foi perdida (enchente, prensagem limitada). Isso o tornou muito valorizado para colecionadores. 
  4. Letras metafóricas, místicas, introspectivas: muitos de seus sucessos tratam de temas como existência, misticismo, natureza, ancestralidade, dualidade, sonhos, imaginação, espiritualidade. Isso diferencia sua obra de composições puramente românticas ou de entretenimento.
  5. Criação de “Avôhai”: termo criado por ele mesmo, uma combinação que expressa a figura de avô-pai, uma pessoa que lhe foi referência paterna (seu avô). Música fundamental em sua trajetória. 
  6. Variações de estilo ao longo das décadas: nos anos 70/80 sua sonoridade misturava forró-rock-psicodelia; nos anos 2000 ele fez vários tributos; mais adiante voltou a lançar inéditas; também revisita antigas músicas em versões acústicas ou diferentes arranjos.
  7. Gravadora própria: fundou sua gravadora Avôhai Music, o que lhe deu mais controle sobre seus lançamentos nos últimos anos.
  8. Reconhecimento e influência: suas músicas foram trilha sonora de novelas populares, o que ampliou bastante seu público. Também fez parcerias com vários artistas renomados brasileiros. Estima-se que várias de suas músicas clássicas continuem entre as mais tocadas por décadas. 
  9. Temas controversos e autobiográficos: ele chegou a falar, indiretamente ou diretamente, do uso de drogas, lutas pessoais, fases mais sombrias, etc. Exemplo no álbum Sinais dos Tempos há canções que referenciam fases difíceis de sua vida.
  10. Relação com raridades e reedições: muitos discos antigos de Zé Ramalho foram raros ou fora de catálogo por décadas; há esforços recentes de digitalização/restauração, edições especiais, plataformas de streaming recebendo versões com faixas bônus. 

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